As propriedades anti-inflamatórias dos corticosteróides têm uma longa história na prática médica. De facto, estas hormonas sintéticas nunca deixaram de marcar presença em várias especialidades médicas e cirúrgicas graças às suas potentes acções anti-inflamatórias e imunossupressoras, ao ponto de a corticoterapia geral ser atualmente uma das terapêuticas mais difundidas no mundo. [1] Num departamento de medicina interna, os corticosteróides são o tratamento de primeira linha e a base do tratamento da maioria das doenças inflamatórias crónicas, incluindo o lúpus eritematoso sistémico (LES). O LES é uma doença autoimune não específica de um órgão que pode ser fatal. A terapia com corticosteróides é um meio fundamental para tratar as recidivas do LES. Apesar dos muitos efeitos benéficos destas moléculas, a sua utilização é limitada tanto quanto possível devido aos seus efeitos secundários. A terapêutica com corticosteróides pode dar origem a complicações metabólicas, infecciosas e osteoarticulares potencialmente graves.