Lolita, de Vladimir Nabokov, e Expiação, de Ian McEwan, parecem ser dois romances muito diferentes. Num segundo olhar, as estratégias narrativas inteligentes aplicadas pelos dois autores colocam-nos no mesmo nível, ao tratarem o tema da culpa. Alinhar os dois romances é uma questão de análise e pesquisa complexas. A autenticidade das duas construções literárias resulta da forma como adaptam a interpretação ao contexto histórico e cultural. Por isso, ler Lolita e Expiação hoje pode levar a análises diferentes. No entanto, Humbert Humbert e Briony sempre implorarão por perdão no julgamento imaginário em que foram condenados pelos seus autores-criadores.