Bicho do mato, esquisita, estranha, antipática, sem noção. Esses são alguns dos adjetivos que meninas com TEA convivem ao longo de suas vidas. Uma série de comportamentos mal compreendidos pela sociedade e uma cobrança constante para agirem como pessoas "normais". A pressão para se encaixar em padrões sociais é imensa, especialmente quando se trata de meninas no espectro do autismo. Elas muitas vezes enfrentam uma dupla discriminação, tanto por serem mulheres quanto por serem neurodivergentes. Desde cedo, são bombardeadas com expectativas sociais que simplesmente não se alinham com suas maneiras naturais de ser e interagir com o mundo. Essas meninas podem se sentir como estranhas em um mundo que não foi feito para entender suas peculiaridades. Elas podem se esforçar para mascarar seus traços autísticos, tentando se ajustar a um molde que lhes é imposto, mas isso frequentemente vem com um custo alto para sua saúde mental e bem-estar. A falta de compreensão sobre o autismo em mulheres muitas vezes resulta em diagnósticos tardios ou até mesmo na falta de diagnóstico. Isso significa que elas podem passar anos lutando contra desafios sem entender por que se sentem tão diferentes ou por que certas situações são tão difíceis para elas. Em um movimento para colaborar com a disseminação do conhecimento sobre as particularidades do TEA em meninas, é que este livro foi escrito.