"A Genealogia da Moral" ou "Sobre a Genealogia da Moral" (título original em alemão "Zur Genealogie der Moral: Eine Streitschrift") é uma obra seminal em que Nietzsche se debruça sobre as origens históricas e psicológicas dos valores morais, dando continuidade aos seus argumentos em Para Além do Bem e do Mal. Este livro influenciou muito os pensadores modernistas, como Sigmund Freud, e pós-modernos, como Michel Foucault. Foi muito popular em França no século XX, estabelecendo uma base niilista na sociedade da Europa Central. Esta obra, composta por um prefácio e três "tratados", é um dos escritos mais influentes de Nietzsche. Não se trata de uma coleção de aforismos, como a maioria das suas outras obras, mas de textos mais longos e sistemáticos, com uma abordagem totalmente científica: apresenta teses sociológicas, históricas e psicológicas que atacam a teologia protestante. Ao contrário dos filósofos morais clássicos, Nietzsche não tenta derivar ou justificar a moral, mas sim traçar o desenvolvimento histórico e os pressupostos psicológicos de certos valores morais. Assim, ele não pergunta como as pessoas devem agir, mas por que as pessoas (indivíduos ou grupos) acreditam que devem agir de uma determinada maneira, ou querem que os outros ajam de uma determinada maneira. Utiliza um método genealógico para traçar o desenvolvimento dos conceitos morais, revelando a sua natureza contingente e carregada de poder. O livro está dividido em três ensaios, cada um explorando diferentes aspectos da moral, incluindo o contraste entre a moral do senhor e a do escravo, o papel da culpa e da culpabilidade na formação da consciência e o ideal ascético. A análise de Nietzsche nesta obra teve uma profunda influência no pensamento filosófico e cultural subsequente, particularmente nos domínios da ética e da psicologia moral.